ORGANIZANDO O ROTEIRO DA PEÇA

"Proposta para a dramaturgia de nossa montagem a partir da experiência de fazermos o Como Funciona a Sociedade (CFS) I e II do NEP 13 de maio.

O CFS se divide em dois módulos. I e II. Cada módulo dividido em 2 dias.
Não vou tentar retomar aqui o coube de conteudo em cada módulo. O segundo módulo é bastante mais complexo, e ainda mais além do que conseguimos dominar com segurança de conteudo.
De qualquer forma, fica claro que só é possível se chegar em tais questões do segundo módulo depois de discutidas as anteriores, portanto mais fundamentais, presentes no primeiro módulo e que faz o seguinte percurso:

SENSO COMUM - dos participantes, exposto e organizado, na medida do possível. Todo caótico e desorganizado, nada coerente. Mas uma conclusão - dentro do senso comum - é possível:
MELHOR SER RICO - ricos vivem melhor. Mas:
COMO UM RICO FICA RICO? - é dado um exemplo de discurso burgues que explica como o rico ficou rico. (historia do dono do Bradesco). Explicações falsas porque tem um monte de pobre com as mesmas qualidades pessoais. Não conseguimos descobrir, talvez porque precisamos de um
MÉTODO - decompor e recompor. Vamos decompor a sociedade para analisar e descobrir a origem da riqueza e de como o rica fica rico. Então entramos na explicação marxista de da realidade. Até se chegar no conceito de mais valia. O momento que descobrimos que o capitalista não rouba o trabalhador, faz um raleção honesta na qual ganha aquele monte de papeis/sapatos e quase nada fica com quem produziu.


O curso tem "dinâmicas" para ser melhor compreendido por que participa (ex: "segura esse lápis que é um barco e essa garrafinha que é uma mansão; agora vc é rico. Me da de volta esse lápis que e a garrafinha; agora é pobre. A riqueza então ta na coisa ou na pessoa?"). Isso pouco vai nos ajudar pq vamos fazer teatro. Acho que é a trilha didática de raciocínio e a selação de conteúdo que devemos fazer igual.

Má notícia: eita bagaça complicada que é isso. Boa notícia: acho que o central dos elementos da explicação apresentada no curso estão presente no resumão de "o Capital" que chama "O capital uma leitura popular", nos cap 1 e 2 e 8 (apesar da ordem da explicação não ser a mesma). No final do email vou colocar o trecho. E que resumão bom!                                 


Mauro

(cap 1 e 2 e 8 retirados de https://desmentindoreacionarios.wordpress.com/2013/11/17/resumo-de-o-capital-por-carlo-cafiero/ )"




QUADRO 1
 
EXPREMENDO O QAUDRO 1, QUAIS QUESTÕES QUEREMOS LEVANTAR?


QUADRO 2

A) SENSO COMUM

-Tudo Naturalizado
-Fragmentação
-Inimigos de nós mesmos
ORA, NÃO CONCORDAMOS COM NADA?
B) SER RICO É MELHOR QUE SER POBRE
-Cenas sobre as vantagens de ser rico

C) COMO O RICO FICA RICO?
- Cenas sobre como o rico fica rico

D) CONSTATAÇÃO: A RIQUEZA ESTÁ NAS COISAS/MERCADORIA
-Por trás das mercadorias há trabalho humano
-Cenas que mostrem que é o trabalho que agrega valor às coisas# E A MÁQUINA?

E POR QUE O TRABALHADOR NÃO FICA RICO?

E) MAIS-VALIA
-Esquema: materia prima+meios de produção+força de trabalho
-A força de trabalho é a única mercadoria que consegue produzir valor maior que seu próprio valor.
-O trabalhador não recebe pelo que produz, mas o necessário para a sua sobrevivência - SALÁRIO.
 
D) QUAL É A BOA NOTÍCIA?
- Trabalhador como sujeito histórico. É ele que constrói e é ele quem pode destruir e construir o novo.
EXERCÍCIO DE CENA
Como o rico fica rico?

Ao som do samba enredo feito para Silvio Santos, monta-se a imagem de uma escola de samba desfilando na avenida. Trabalhadores empurrando um carro alegórico que não sai do lugar com duas figuras representando a burguesia em cima dele. Uma figura no chão dando o tom do andamento da escola, batedoras de panela na percussão, o telespectador, etc...







PEGA ESSA!
JOGO DE MÁSCARAS

Jogador 1 cria uma máscara com o rosto e passa para jogador 2, que reproduzirá a mascara e deixará escorrer para o corpo passando para jogador 3, que reproduzirá máscara, corpo e colocará a figura em movimento, passando então para jogador 4, que irá reproduzir tudo e colocar voz e discurso.

'As guerreiras e guerreiros do núcleo vermelho tem o poder da mimeses, podem imitar o inimigo...!"

 


 

 
 
 
 

JOGOS EM CORO

1)  Figuras sociais montam, uma a uma, a máquina do senso comum. Através de movimentos, gestos, relações, falas, sons, músicas...
 

 
2)  Figuras(policial, madame, beata, camelo, nóia, militante, trabalhador, artista popular, estudante, etc..) compõe um coro. Uma das figuras se destaca deste coro.
      2.1 A figura que se destacou, com o discurso ideológico que carrega e atitudes corporais, deve convencer aquele coro heterogêneo. Coro reage conforme se sente convencido ou não.
     2.2 Quando a figura que se destaca do coro, automaticamente o coro reproduz corpo e discurso do corifeu. Coro aceita todas as propostas passionalmente.
 






 
 

Registros de maio de 2015

Pessoal,

Abaixo fiz um esforço de elaborar a nossa conversa do último ensaio.
Para deixar os ausentes a par do que discutimos e também para registrar e organizar melhor as reflexões.

Quem quiser comentar, contestar ou complementar, sinta-se a vontade.

Nos vemos na terça.

Abraços vermelhos.
Ademir

Iniciamos uma conversa para firmarmos coletivamente um Acordo Temático para dar início a 2ª fase do nosso processo de montagem. Fase essa em que nos concentraremos mais na criação de cenas e na elaboração de uma dramaturgia.
Esse Acordo Temático visa escolhermos, coletivamente, em meio aos estudos e material de pesquisa que levantamos até agora, alguns assuntos que daremos mais ênfase e que nos guiarão na nossa investigação criativa.
Relembro aqui a provocação, feita por nosso companheiro Scapi, por julgá-la bastante pertinente: é preciso fazer o teatro de nosso tempo.
Considerando isso, algumas perguntas que podem servir de motor para esse nosso momento são:
Que assunto, ou assuntos, hoje, valeriam a pena serem levados a rua para dialogar com a classe trabalhadora?
Como, com nosso teatro, faremos esse diálogo? Apresentando as contradições da vida real, provocando, levantando dúvidas?
Nessa primeira conversa algumas apostas temáticas que surgiram foram:
. investir em demolição ideológica, ou seja, criar uma dramaturgia que se concentre em cenas que coloquem em xeque comportamentos e ideias consideradas positivas na sociedade, mostrando seu lado sórdido;
. transformar a formação "Como funciona a sociedade" em teatro. Elaborar uma dramaturgia que se concentre nos principais pontos do curso que fizemos com o Henrico;
. continuar investigando o conceito de estrago social;
. atentar para o contexto atual e incorporar questões públicas que estão em discussão no momento (crise política, crise hídrica, etc)
. ter a questão de classe como ponto central da discussão e os trabalhadores produtivos como principais atores da luta (essa é outra provocação do Scapi);
Iniciamos a conversa sobre essas apostas e ficou perceptível que elas dialogam entre si, se complementam. Elas apontam um possível caminho que vamos continuar construindo com mais debates e práticas.
Para começarmos a pensar juntos e trazer propostas para cenas, vamos da mesma forma que se iniciou o primeiro tópico do curso "Como funciona a sociedade": respondendo à pergunta "que país é esse? "
Por enquanto, esse primeiro rascunho de acordo formal vai servir de base para a elaboração dos ensaios. Aos poucos, vamos dialogando e, coletivamente, fazendo escolhas que orientarão os rumos do nosso processo.
Importante termos tranquilidade e consciência de que os assuntos que enfrentamos são complexos e de que esse processo de montagem vai materializar o atual estágio de entendimento de mundo que temos. Em outras palavras, só vamos transformar em teatro o que conseguirmos elaborar esteticamente hoje. Certamente muitas coisas não conseguirão ser entendidas e ficarão para um outro momento, para outras peças. Teremos que fazer escolhas.
Mas uma das grandes coisas do teatro feito em grupo é essa possibilidade de estudo coletivo, de compartilhar ideias e experiências e, com tempo e trabalho juntos, melhorar nosso teatro e nos tornarmos também pessoas melhores.
Outro acordo que também temos que construir juntos é o Acordo Formal.
O que temos já combinado é que será uma peça de rua - o que já define algumas coisas. Mas vamos conversando mais sobre isso ao longo dos ensaios, a partir do que for materializado em cena. Um apontamento sobre forma, que surgiu na nossa conversa, falou em buscar uma linguagem que se comunique com a classe trabalhadora de igual para igual.
Falaremos mais sobre tudo isso nos nossos próximos encontros.
Agora é tarefa de todos, mais do que nunca, se alimentar de tudo que puder contribuir com esse nosso processo. E, sobretudo, principalmente em nossos encontros, mas também fora deles, elaborar material criativo (cenas, textos, músicas, imagens, etc) para construirmos a peça.
Vamos começar a botar essa nova peça em pé. A hora é agora.


Registros de abril de 2015

Galera, tava pensando esses dias sobre como somos enganosamente levados a crer que a sociedade capitalista é uma "sociedade de consumo"... e deixamos de enxergar as relações de produção, que são o ponto chave.. aí trombei com este texto aqui, achei bem interessante, leiam qndo puderem e vamo trocar ideia do que acham?
penso que podemos dar atenção a isso na peça, acho importante
http://blogconvergencia.org/blogconvergencia/?p=3890
é preciso tratar das relações de produção, acho que reforçar essa ideia de sociedade de consumo só alimenta mais umbiguismo... reforçar q eh sociedade de consumo da uma ilusao de que o "consumidor" é alguem, quando na verdd só importam as coisas... só coisas têm valor.... só coisas tem liberdade de circular etc

Carol